SER OU NÃO SER MORTO? O DRAMA BRUTAL QUE PARIU HAMLET E VOCÊ NÃO SABIA!
Esqueça a pose de gênio e as roupas de época. Antes de escrever a peça que abalou o mundo, o famoso William Shakespeare comeu o pão que o diabo amassou. A morte do próprio filho, o pequeno Hamnet, foi a facada no peito que deu origem à obra-prima ‘Hamlet’. E agora, um filme joga na sua cara, sem dó nem piedade, toda a dor, o choro e o ranger de dentes dessa tragédia familiar que os livros de história tentaram esconder.
VIROU BICHO! A DOR DE MÃE QUE VIROU FÚRIA
O filme não perde tempo e já te joga no meio do mato com a esposa de Shakespeare, Agnes (a atriz Jessie Buckley, com sangue nos olhos), toda encolhida, parecendo um feto. É pra deixar claro: a história é dela. É o olhar da mulher, da mãe, que vai te guiar por esse inferno. Ela era uma moça simples do interior que se encantou pelo tal do Will (vivido por Paul Mescal), um Zé Ninguém que sonhava em ser escritor. Casaram, tiveram três rebentos: duas meninas e o menino Hamnet. Tudo parecia um conto de fadas, até a desgraça bater na porta.
A PESTE LEVA O GURI E O PAI DÁ NO PÉ!
Quando o pequeno Hamnet bate as botas, a casa cai. A família vira um caco. E Agnes? Ela vira bicho, tomada pela dor, e culpa o marido ausente, que tava lá em Londres na boa vida de artista enquanto o filho agonizava. Ela se fecha, se encolhe no sofrimento. E o maridão? Em vez de consolar a patroa e chorar a perda, resolve transformar a maior dor da vida deles num espetáculo pra galera aplaudir. É mole ou quer mais?
PREPARE O CORAÇÃO: O FILME ARRANCA O COURO E A ALMA!
Se você for ao cinema achando que é só um filminho de época com gente falando difícil, vai tomar um soco no estômago. ‘Hamnet’ é uma experiência brutal, que te pega pelo pescoço e não solta mais. Fala de luto, de revolta, de perder quem se ama, mas fala na lata, sem frescura e sem cena de novela barata. A diretora Chloé Zhao é fera e faz cada imagem parecer uma pintura de dor e beleza. Você vai ficar grudado na cadeira, com o coração na mão.
ATUAÇÃO MONSTRUOSA: A MULHER ROUBA A CENA E HUMILHA!
Mas quem carrega o piano nas costas é a atriz Jessie Buckley. O que essa mulher faz em cena é coisa de outro mundo. Ela é a Agnes feliz, a mãe coruja e, de repente, a viúva de um filho vivo, com o rosto marcado pela angústia. É de verdade, é visceral, é de rasgar a alma. Se essa mulher não levar uma penca de prêmios pra casa, pode fechar o boteco que é marmelada! O povão vai sentir a dor dela como se fosse a de um parente.
E O TAL DO SHAKESPEARE? ATÉ QUE NÃO FAZ FEIO!
O galã Paul Mescal também não decepciona. Fazer o maior escritor do planeta não é pra qualquer um, e ele consegue mostrar um Shakespeare de carne e osso, um homem que sofre calado, engole o choro e explode na hora errada. Numa cena, ele dá um esporro num ator da peça e a gente vê que o buraco é mais embaixo: é a dor do pai que não sabe como gritar. Ele emociona sem ser frouxo.
No final das contas, ‘Hamnet’ é um filmaço que mostra que por trás de todo grande homem, existe uma grande tragédia – e uma mulher sofrendo pra caramba. Enquanto o governo só sabe fazer lambança e o dinheiro do povo some, pelo menos o cinema ainda entrega um espetáculo de verdade, que te faz sentir alguma coisa. É uma obra que vai te marcar na alma, tão eterna quanto as peças do defunto famoso. Pode ir, mas prepare o lenço.
Crédito da foto publicada: g1.globo.com