"Sangue e Chaos: O Legado Sombrio do Líbano que Nunca Acaba!"
Em um 13 de abril que ficou marcado para sempre como o temido "Domingo Negro", o Líbano teve seu destino selado por tiros e horrores. Armados até os dentes, assassinos invadiram uma igreja em Beirute, deixando um rastro de quatro mortos e horas depois, quase 30 vidas foram ceifadas em um massacre brutal em um ônibus. A guerra civil pegou fogo e consumiu o país por longos 15 anos, deixando um saldo trágico de 150 mil mortos e quase um milhão fugindo do caos.
E agora? O país ainda não se levantou. Completaram-se 50 anos dessa tragédia e a sombra da desesperança continua pairando como uma nuvem negra. A economia está em ruínas e o sistema político? Pior do que inoperante, é uma verdadeira piada.
"Desesperança é a palavra que domina o Líbano atualmente", dispara Murilo Meihy, historiador e um dos organizadores do explosivo livro "Deus e o Diabo na Terra dos Cedros", que promete expor as feridas abertas do país. Para ele, a versão histórica do 13 de abril depende de quem estiver contando. É um jogo de culpa entre cristãos maronitas e palestinos, mas a verdade é que tanto lá dentro quanto lá fora, a conspiracia de fatores mantém o Líbano em uma espiral de caos sem fim.
E não se esqueça: o Líbano foi moldado por imperialistas, primeiro pelos Otomanos, depois pelos franceses que o transformaram em um "país cristão" em meio ao Oriente Médio. Essa "herança mala" resultou em um sistema político que só alimentou milícias e polarizações extremas, mas isso não é tudo. O cenário geopolítico da Guerra Fria, somado aos refugiados palestinos que chegaram às pressas, transformou Beirute em um barril de pólvora.
Os conflitos de 1976 a 1982 foram explosivos! Israel, então, cercou Beirute e as milícias cristãs realizaram um massacre de refugiados palestinos que arrepiavam a espinha. E o Hezbollah? Surgiu como a força "resistente" contra a ocupação, nascido do próprio pântano de decisões catastróficas.
Os acordos de paz de 1990 trouxeram um respiro, mas as feridas nunca cicatrizaram. A anistia não mudou o cenário: o país continua vivendo à mercê de interesses obscuros e do medo de um novo retorno à barbárie.
A história desde então é marcada por assassinatos e violência, e quem diria que o Líbano já vive a sua "crise econômica do século"? Se a explosão do porto de Beirute em 2020 não foi o fim, a disputa entre Hezbollah e Israel em 2023 acendeu novamente o pavio.
E o que sobrou? Jovens revoltados clamando por mudança, a sede de reconstrução e a coragem para derrubar as barreiras religiosas que aprisionam a sociedade. Porém, mesmo assim, os interesses escusos continuam a detonar qualquer esperança de reconstrução. "Tentativas de resolução sempre terminam em violência", diz Meihy, com razão. O Líbano, meu amigo, continua a ser um palco macabro de uma tragédia que parece não ter fim!
Crédito da foto publicada: redir.folha.com.br